PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, DIGITAL E DE CAMPO


4. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo para a elaboração de diversos trabalhos na escola, seja a elaboração de um pequeno texto, seja a preparação de um seminário. Até mesmo o debate em sala deve envolver a pesquisa bibliográfica, para ir além do senso comum. Por sua vez, a pesquisa de campo, a pesquisa de laboratório, dentre outras, também implicam necessariamente numa pesquisa bibliográfica preliminar.
A pesquisa bibliográfica é utilizada para enriquecer e dar sustentação ao texto do aluno e não para ser copiada na íntegra.[1]  Na medida do possível, o texto deve ser de autoria do próprio aluno ou grupo de alunos.
A indicação da bibliografia dá credibilidade ao trabalho, mostra a seriedade com que este foi feito e, principalmente, demonstra o princípio ético da honestidade.

A fim de que a pesquisa se torne uma atividade independente e autônoma, é necessário que o aluno saiba onde encontrar o assunto que lhe interessa, assim como compreenda que os materiais de estudo têm organizações diferentes, que ele precisa dominar.
Para ampliar ou descobrir novos conhecimentos existem várias fontes impressas, tais como:
·         Livros
·         Textos
·         Enciclopédias
·         Dicionários
·         Atlas
·         Jornais
·         Revistas
·         Mapas

Para consulta às diversas fontes de informação, o aluno deve aprender, gradualmente, a manuseá-las. De início, o professor pode realizar tarefas preparatórias, desen­volvendo as habilidades necessárias a esse fim. O conhe­cimento da organização do dicionário, uma das mais uti­lizadas fontes de consulta, por exemplo, envolve uma série de atividades preparatórias. Alguns livros apresentam auxílios como índices, gráficos, tabelas e gravuras que, para ser interpretados, também requerem habilidades especiais.
AS CITAÇÕES
As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados, utilizadas para reforçar as idéias do autor.
Podem ser transcrições na íntegra ou uma síntese do trecho que se quer citar. Nos dois casos é necessário indicar a fonte. Não se pode, de forma alguma, fazer uma transcrição de outro autor sem acrescentar a referência bibliográfica. Isso seria o que se chama de “roubo de idéias”.

Orientações gerais quanto às citações:
- Querendo omitir trechos da citação, usa-se reticências entre parênteses.
Exemplo: Torna-se relevante que o estudante se auto-avalie ao se candidatar (...), lembrando que ele jamais poderá estar motivado por coisa alguma, se não souber o porquê e aonde o envolvimento e a dedicação ao estudo o conduzirão. (Barros, 2000: 17).

- Quando se faz apenas uma síntese resumo de idéias, a transcrição é livre, sem ferir o sentido do texto original.
Exemplo: De acordo com Severino (2000: 133) atualmente a internet vem contribuindo para os diversos campos da pesquisa.

- Caso tenha até três linhas, as citações podem ser inseridas no interior do próprio texto, sendo colocada entre aspas.
Exemplo: De fato, conforme afirma Meksenas (2007: 18) “a partir do momento em que transforma a natureza, o homem também se transforma”.

- Se tiverem mais de três linhas, as citações devem aparecer em parágrafo especial, colocada à margem esquerda, digitadas em espaço simples, com a letra menor que a do texto, sem aspas e sem afastamento do parágrafo.

Exemplo:

Não basta ir às aulas para garantir pleno êxito nos estudos. É preciso ler e, principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente, não saberá estudar.  (Ruiz, 1995: 34)







ORIENTAÇÕES PARA ELABORAR A BIBLIOGRAFIA
Existe uma diferença entre o uso de bibliografia e referências bibliográficas. Na bibliografia são incluídos, tanto os documentos lidos, quanto outras fontes que se referem ao assunto (ainda que não lidos integralmente). Nas referências bibliográficas são incluídas apenas as fontes consultadas, ou seja, as que serviram como referência para o trabalho.

Elementos essenciais: autor, título do documento, local de publicação, editora e data.

SOBRENOME, nome. Título: subtítulo. Cidade: editora, ano.

AUTOR
- Último sobrenome do autor em letras maiúsculas, seguido do pré-nome e demais sobrenomes, separados por vírgula. O nome do autor é separado do título por ponto final. Exemplo: SEVERINO, Antônio Joaquim.
- No caso de se ter dois autores, seguir mesma regra. Exemplo: SILVA, Tomaz Tadeu da e MOREIRA, Antônio Flávio.
- No caso de mais de dois autores, menciona-se apenas o primeiro, seguido da expressão e outros. Exemplo: LUCKESI, Cipriano Carlos e outros.
-          A bibliografia deve obedecer à ordem alfabética dos sobrenomes dos autores.

TÍTULO
- O título principal deve vir em itálico ou negrito (ou grifado quando o texto é escrito a mão).
- O subtítulo é separado do título por dois pontos.
- O título é separado do local por ponto final.

LOCAL
- Trata-se do nome da cidade onde o documento foi editado.
- Após o local, coloca-se dois pontos.

EDITORA
- O nome da editora deve ser transcrito tal como aparece na publicação.
- Não é necessário escrever a palavra editora.
- A editora é separada do local por dois pontos. Após a editora, coloca-se vírgula e a data.

DATA
- O ano de publicação é transcrito sempre em algarismos arábicos.
- Após a data coloca-se ponto final.
- Quando não há data, escreve-se (s.d.)

EXEMPLOS
Ver exemplos nas Referências Bibliográficas deste manual.
5. PESQUISA DIGITAL

A internet, rede mundial de computadores, transformou-se em uma das principais fontes de pesquisa, nos diversos campos do conhecimento.
Acessando a internet, os alunos encontram um imenso acervo de dados e recursos, em termos de diversidade e quantidade, cada vez mais sofisticado. Entretanto, é preciso saber discernir e processar as informações, evitando-se a mera reprodução de textos, através de cópia ou recorte e colagem.[2]
Neste sentido, toda busca pela internet deve receber uma orientação relativa aos tópicos a serem pesquisados, para que o enfoque não seja desviado, mediante o universos de informações e atrativos encontrados na rede.
Os autores de artigos e trabalhos na internet trazem uma visão própria e é preciso observar como tratar com isenção o que precisa ser pesquisado. O aluno precisa usar o senso crítico para discernir as informações e checá-las em outras fontes, mesmo que seja na própria internet, em outros sites.
Uma vez concluída a pesquisa, os alunos deverão expor os resultados mediante a forma orientada pelo professor, para melhor demonstrar os resultados do estudo.
As referências bibliográficas das fontes localizadas na rede internet é chamada de webgrafia e deve ser feita de acordo com normas específicas.

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAR A WEBGRAFIA
            Atendendo a ABNT, os elementos da webgrafia podem ser dispostos em duas situações:
1) Quando registramos uma consulta a um site: nome do site em letras maiúsculas, ponto final, disponível em, dois pontos, em seguida a URL[3] e ponto final. Terminamos o registro com a expressão Visitado em, dois pontos, dia da consulta.
Exemplo:
PORTAL EDUCACIONAL DAS WEBQUESTS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.portalwebquest.net/. Visitado em: 11/05/2010.
2) Quando registramos um artigo que foi acessado através de um site: sobrenome do autor com letras maiúsculas, vírgula, nome do autor, ponto, título do texto entre aspas, ponto. disponível em, dois pontos, endereço URL, ponto, acessado em, dois pontos, data da consulta feita.
Exemplo:
MARCELINO, Cristiane. “Ética na Pesquisa”. Disponível em: http://www. authorstream.com/ presentation/cris_marcelino/. Acessado em: 08/05/2010.

Observação: Ver outros exemplos na Webgrafia deste manual.



6. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo ou trabalho de campo tem como objetivos principais: 1) conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta; 2) relacionar os conteúdos curriculares com a realidade.
Neste sentido, a pesquisa de campo visa reunir dados, fatos e conceitos, que muitas vezes ficam desarticulados da teoria estudada. Tem seu interesse voltado para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições e outros campos, favorecendo a compreensão de vários aspectos da sociedade ou do ambiente.
A pesquisa de campo é importante quando o professor pretende tornar o estudo mais objeti­vo. Para muitos alunos a aprendizagem se torna mais significativa, quando vivencia diretamente o assunto.
Antes da pesquisa de campo, o professor deve preparar os alunos, o que engloba:
- Estudar e discutir o tema;
- Definir os objetivos e as técnicas (ou instrumentos) a ser utilizadas para coletar os dados;
- Fazer um roteiro.
Enfim, devem ser tomadas todas as medidas de precaução para que a pesquisa seja bem desenvolvida.

Existem diversas técnicas para a coleta de dados, tais como: entrevista, questionário, observação, análise de materiais...[1] Será necessário que o aluno conheça bem a técnica e como vai aplicá-la e conheça também seus limites e possibilidades.

ENTREVISTA
A entrevista caracteriza-se por um contato direto, entre duas ou mais pessoas que são os entrevistadores e os entrevistados.
Por meio de entrevistas com profissionais ou pesso­as com maior experiência em determinado assunto, os alunos podem enriquecer, de modo considerável, os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Ao mesmo tempo, têm oportunidade para vivenciar técnicas de estudo como: observar, ouvir, fazer anotações, captar as ideias mais im­portantes (sintetizar), analisar, comparar, classificar, jul­gar, elaborar conclusões e outras.
Certas aprendizagens exigem do aluno o conheci­mento de opiniões diferentes, para que ele possa chegar à sua conclusão; é o que acontece com assuntos con­trovertidos como legalização do aborto, ecologia e in­dustrialização, tecnologia e desenvolvimento.
Para que possa ser bem conduzida, a entrevista deve ser bem planejada. Cabe ao professor, junto com os alunos (se for o caso), definir os objetivos, es­colher o entrevistado, combinar os detalhes práticos da entrevista e elaborar um roteiro com as perguntas  que vão ser feitas.
O professor deve ainda marcar a entrevista com antecedência, preparar os alunos que vão ser os entrevistadores e os que vão fazer anotações.
As respostas devem ser anotadas no momento da entrevista para maior fidelidade e veracidade. Toda pergunta que sugira resposta deve ser evitada. As respostas podem ser gravadas, mas neste caso, deve-se antes solicitar autorização do entrevistado.

QUESTIONÁRIO
O questionário é uma técnica de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
 Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando os objetivos da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor.
Orientações para elaboração das questões:
- O processo de elaboração exige cuidado na seleção das questões, levando em consideração a sua importância.
- O tema deve ser de conhecimento do(s) pesquisador(es).
- Pode ser elaborada uma série de perguntas e serem retiradas quantas perguntas forem necessárias (média de 5).
- O aspecto material e a estética devem ser observados na elaboração do questionário.





[1] Especificamos aqui apenas as orientações para entrevista e questionário, por serem as mais utilizadas.



















[1] Este limite entre a transcrição (cópia) e a produção do aluno deve ser orientado de acordo com os objetivos do professor.
[2] Quando houver simples cópia da internet, o trabalho poderá não ser aceito pelo professor.
[3] Endereço virtual do site